09 dezembro 2010

Fora de si

Como sempre olho pelo buraco da fechadura
neste mundo em que sou reclusa

Observo as pernas andando sem motivo
debocho das línguas exarcebando sem sentido
são coisas belas e sujas, fáceis e inoportunas

Dos meus desatinos, só eu sei
As minhas preces, somente eu rezei

Me afasto disso tudo e me ponho a pensar
critico a nossa atual conjuntura
choro por essa falta de cultura que insistem em não nos dar

São meus sorrisos camuflados que me ajudam a esconder
esconder o que é facilmente denunciado por meus pequenos olhos

Aquelas palavras que me foram como chagas
minhas doces alegrias infundadas
e até mesmo as profundas marcas que me foram deixadas

São desvarios que resolvo com minha habitual dose de liberdade
Somente assim esqueço a complexidade dessa nossa doente sociedade

4 comentários:

  1. Own, é lindo e profundo! eu amei1 *O*
    http://oicarolina.wordpress.com/

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  2. Adorei o Blog.
    Poesia é profundidade, é dizer muito em poucas palavras. sinto isso aqui. vou seguir atentamente.

    abraços

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  3. Confesso que só acessei o blog pelo curioso título do link - mesóclises sempre me cativam, rs. Mas, enfim, que boa surpresa é saber que por trás do link, o lirismo me cativou ainda mais! Eu não sei comentar poemas, nunca soube e provavelmente nunca saberei. Mas digo, com força, que ele faz o que um poema faz para considerá-lo ótimo: Mexeu com meus sentimentos. Muito bom! Estou seguindo.

    Atenciosamente, Tadashi Katsuren
    Poemas e contos, por mim escritos, em:
    let-me-fly-with-you.blogspot.com

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