29 junho 2010

Doce ilusão


Foste para mim,
o que não será para ninguém.

Uma passageira brisa,
leve como o ar
fria como inverno.

Nossa melancolia florescia,
então o medo aparecia.

Olhavas para o céu
sempre à procura de algo,
algo que nunca encontraria.

Meu pequeno poeta,
pare de se flagelar
não sofra mais.

A atração está aqui,
não deixe nossos versos morrerem ali...

17 junho 2010

Imprevisíveis ações

A estranheza desse obscuro mundo
de repente, começa a me espantar
os mundanos olhos de veludo
estão sempre a criticar.

Fujo para meu impenetrável escudo
e no doce silencio, ponho-me a chorar.

Essa crueldade é tão absurda
que no fim, só nos cabe debochar.

No espelho, penso no futuro
e no que ele ainda há de revelar.

14 junho 2010

Errônea percepção


Nesta calma e fria manhã o improvável aconteceu
toda aquela tristeza desfaleceu.

Levou consigo a maldita inquietação
já não sinto mais perturbação.

Uma inexplicável atração resplandeceu
teu corpo agora será pra sempre meu.

Sinta toda a libertação
sentirei na mesma proporção.

O poeta se converteu
e falou: serei somente teu...

11 junho 2010

A certa posição

Poderia decifrar seus belos mistérios
resolver suas confusas incógnitas.

Contigo adentrar esse mundo perspicaz
onde é tudo tão frio e voraz.

Nossos versos abarbados dizem tudo,
mesmo quando não querem dizer nada;

Seríamos nós os antídotos necessários?

Então, ao mesmo tempo
em que o café está esfriando
o cigarro se apagando
o escurecer chegando...

Nosso temido fim é anunciado
É chegada a hora de encarar o término de algo que nunca começou.

02 junho 2010

Exemplo de ilusão


Compadeço-me com sua falta de atenção.
Entristeço-me com sua reflexão.
Você diz ser um poeta desajustado, ordinário;
Mas no fundo é apenas um menino que não foi amado.
Seus versos sujos lhe revelam um sonhador;
Mas são sonhos obscuros que só possuem dor.
Desejo despertá-lo disso tudo, queria abortá-lo desse mundo.